15 de janeiro de 2015

[CRÍTICA: O Grande Hotel Budapeste] Uma obra de arte. Em todos os sentidos!



Se tratando de um longa dirigido por Wes Anderson, famoso por amar simetria e usar combinações inusitadas de cores em seu trabalho, O Grande Hotel Budapeste atrai a curiosidade de cinéfilos e cria certa expectativa, por ser um dos filmes com maior número de indicação ao Oscar 2015 e por seu grande elenco.

Confesso que resolvi assistir o Grande Hotel por ser um filme do diretor. Não havia assistido trailer e nem sabia do que se tratava, apenas ansiava em ver a próxima arte que Wes criaria. Muito menos sabia que atores constituíam o elenco. Minha vontade mesmo era conferir os cenários, figurinos e a fotografia. E nestes quesitos, não há do que reclamar. A combinação de palhetas de cores cria um ambiente inusitado e até mesmo psicodélico, dando um toque de fantasia na realidade. Todas cores interligadas, ornando com os objetos e acessórios ao seu redor. Um trabalho de mestre realizado por toda equipe que produziu o filme.

A combinação nada comum de cores
Porém, fui surpreendido. Em meio a toda majestosidade e criatividade da parte "visual", uma história simples e focada me encantou. Um acontecimento que pode ser considerado comum, por já ter sido explorado em vários outros tipos de obras, como novelas e livros, mas que de maneira surpreendente e inocente, com um roteiro que é o que é, sem muita filosofia e duplos-sentidos, me prendeu enquanto assistia.

Esta é a palavra que melhor descreve o filme. Inocente. Mesmo com cenas relativamente "fortes" e nada inocentes, o filme tem essa atmosfera. Uma atmosfera de história de criança, em que o que acontece, acontece, sem ter de explicar muitos porquês. Como em um filme infantil, em que nos deparamos com situações "até parece que tal coisa aconteceria", o que torna O Grande Hotel Budapeste tão rico e único.

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A simetria do diretor, em ação!
O elenco de peso, em que até astros de Hollywood, como Owen Wilson e Léa Seydoux se tornam personagens secundários, atua semelhante à atmosfera do filme, com traços caricatos e fortes. Porém, um show é ver Tilda Swinton na pele de Madame D., uma velha de 84 anos, com uma maquiagem digna de Oscar!

Resumindo, sem alongar mais a crítica, que poderia ser gigante de tantos elogios, para o visual do filme, em maioria, que eu gostaria de dar, O Grande Hotel Budapeste é uma obra de arte. Em todos os sentidos! Caso você não goste da história ou dos personagens, pelo menos verá como Wes Anderson consegue transformar um filme em uma pintura. Recomendo!

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